domingo, 3 de março de 2013

Bufê Favela Orgânica


Ex-doméstica inaugura bufê que aproveita cascas dos alimentos

24/02/2013 - 06h52
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REINALDO CHAVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Das sobras de alimentos que iriam para o lixo, uma empreendedora, moradora do Morro da Babilônia, na zona sul do Rio de Janeiro, faz pratos que vende para a comunidade e para empresários e universidades. Regina Tchelly, 31, fundou em sua casa o bufê Favela Orgânica, que usa talos e cascas de vegetais nos pratos servidos.
Tchelly nasceu em Serraria (PB) e há 11 anos mora no Rio. Sem formação acadêmica em culinária ou experiência anterior como empreendedora, aprendeu a cozinhar trabalhando como doméstica para sustentar as duas filhas.
A empresa começou como um projeto em casa. "Cresci no Nordeste e sempre valorizei ao máximo os alimentos. Tudo pode ser aproveitado." Tchelly resolveu dar aulas sobre o uso racional de alimentos para os vizinhos.
Luciana Whitaker/Folhapress
Regina Tchelly, dona do bufê Favela Orgânica, em sua casa no morro da Babilônia, na zona sul carioca
Regina Tchelly, dona do bufê Favela Orgânica, em sua casa no morro da Babilônia, na zona sul carioca
Depois de um curso no Senac e realizando divulgação no Facebook, começou, no ano passado, a oferecer seus primeiros serviços de bufê. Criou pratos como brigadeiro de casca de banana, sanduíche natural de talo de couve, berinjela com pasta taioba e salpicão de casca de melancia, que não leva frango e maionese e que Tchelly garante ser afrodisíaco.
Há seis meses, a empresária participou de um evento na Itália do movimento "Slow Food" (que defende o alimento de qualidade e o prazer da alimentação saboreada de forma lenta). Na semana passada, em passagem pelo Brasil, o ator Harrison Ford visitou a sua cozinha.
O bufê Favela Orgânica cobra a partir de R$ 35 por pessoa -o preço varia de acordo com o número de pratos. Com a imagem sustentável, ganhou clientes como universidades e companhias que preparam reuniões de negócios.
A matéria-prima vem de graça, doada por feirantes da região e comerciantes que antes apenas jogavam os alimentos no lixo. Atualmente, a empresa de Tchelly tem seis funcionários.

Fonte: Folha de S.Paulo

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